Quando contemplamos o ícone da Sagrada Família, percebemos entre Jesus, Maria e José uma harmonia perfeita. Esse ícone deveria estar em nossas casas para que pudéssemos contemplá-lo todos os dias, pois nele existe a imagem de uma família tocada e transformada pelo Espírito Santo. A família de Nazaré não é uma família comum, é uma família de pessoas que se deixaram tranformar pelo Espírito Santo.
Se você olhar com atenção, São José conhece e exerce o seu papel, ele protege Nossa Senhora com o braço direito, com o braço esquerdo segura as mãos de Maria e de Jesus, sem forçar, sem apertar, sem exigir, mas se dando. Com Maria se dá o mesmo, ela se esconde toda em José, ela sabe o seu lugar, conhece o seu papel. Maria segura Jesus e a mão de Jesus está sobre a mão dela. Mas ela se esconde entre Jesus e José e serve aos dois. E Jesus aponta para Maria, mostrando que ela é o modelo, o exemplo.
Ele coloca sua mão sobre as mãos de Maria e de José em obediência, mas também em senhorio. Nós deveríamos sempre orar com esse ícone. Nenhuma família foi criada para viver a morte.
A tua família não foi feita para a desarmonia, o medo, o perigo, o desconforto, o desamor, o ódio, a preguiça, o egoismo, a avareza, a ganância, o fechamento, o orgulho, a vaidade, a competição. Você não foi criado para essas coisas. Cada membro da sua família foi criado para o amor, para a felicidade, para a paz, para a harmonia, para cada um viver o seu papel, para Deus.
O matrimônio entre pessoas cristãs deve acontecer com uma profunda convicção de que é uma escolha de Deus. O casal deve estar convicto de que Deus os escolheu para o matrimônio e de que, casados, viverão segundo a vontade de Deus. E, porque é uma vocação dada por Deus, é dessa forma que melhor o servirão. Casam-se também para fazer o outro feliz - e isso não é possível pelas próprias forças, mas somente com os olhos fitos em Deus. A mentalidade do mundo acerca do casamento é que um casa para que o outro o faça feliz, e se não der certo separa. Ultrapassar o abismo entre a mentalidade do mundo e a mentalidade do Espírito é uma tarefa humanamente impossível. Essa enorme caminhada se dá pelo poder do Espírito Santo.
Assim como existe um abismo enorme entre a mentalidade do mundo e a mentalidade de Deus, assim como é o Espírito Santo que constrói a caminhada do mundo para a caminhada em Deus, assim também existe uma distância difícil do primeiro ano de casamento ao vigésimo sétimo ano. E sabe em que o demônio ataca? No egoísmo, na centralização em si mesmo, no desejo de se satisfazer, no fechamento. E o Espírito Santo trabalha no casal e centraliza-o em Deus. A família exige, os filhos nascem e ficam doentes, até os dez anos, praticamente toda semana: gripe, dor de cabeça, dor nas pernas... São difíceis os primeiros anos dos filhos.
E nós pensamos: "Quando vier a adolescência tudo vai melhorar". Ledo engano! A saia da menina começa a subir, eles começam a querer ir para as festas, a querer curtir aquele rock pesado, e por aí vai. Então imaginamos: "Quando se formarem tudo ficará bem". E aí vem a loucura do primeiro emprego e a gente nunca acaba.
Qual é o grande perigo entre o primeiro ano de casamento e o 27º? É que a nossa tendência humana é olhar um para o outro, olhar para os filhos, para a preocupação com o dinheiro: "O que eu (meu cônjuge e filhos) hei (havemos) de comer e de vestir? Como está a saúde de meu cônjuge e dos meus filhos?" E isso às vezes nos rouba do principal: Deus. Falta-nos o entendimento de que não somos capazes de dar de comer aos nossos filhos, não somos capazes de garantir a sua felicidade, não somos capazes de garantir que nosso filho amanhã não se envolva com drogas, não podemos garantir que nossa filha amanhã não engravide solteira, não somos capazes de garantir que nosso filho terá a melhor esposa do mundo, não podemos garantir que nosso filho será um sacerdote. Não somos capazes de nada. Isso nós precisamos aprender. Nós colaboramos, fazemos a nossa parte. Mas a grande tentação é de colocar os filhos no centro; muitas vezes acontece uma separação entre os côjuges porque começam a discordar, porque o centro deixou de ser Deus e passou a ser o que vamos comer, o que vamos vestir, onde vamos dormir, como vamos educar, o que vai ser dos nossos filhos.
Chega, então, o momento de pedir a Deus a grande graça da confiança. Não é fácil confiar em Deus porque isto não vem da carne, mas do Espírito. E se estamos centralizados na nossa vidinha, nos nossos filhinhos, nos nossos probleminhas, não estamos confiando em Deus porque se cremos que Deus é nosso Pai e cuida de nós, sabemos que temos mais valor que os pássaros do céu, do que os peixes do mar e do que os lírios do campo e que o nosso Pai vai cuidar de nós.
Existe tanto desespero no mundo hoje por causa de dinheiro, isso por não sabermos que temos um Pai que pode cuidar de nós. Para o homem, simplesmente com a força humana, é impossível que entenda e confie completamente em Deus. É preciso o auxílio do Espírito Santo de Deus. Até que ponto estamos vivendo no Espírito, deixando de nos preocupar com coisinhas pequenas que vão gastando a nossa vida?
Sabem porque tem mais mulher na Igreja do que homem? Porque a sociedade disse ao homem que ele é responsável. É responsável pela mulher, pelos filhos, pela comida, pela roupa, pelos estudos, pelo trabalho... como esse homem vai confiar em Deus se disseram a ele que ele era deus? Então não vão à Igreja porque não têm tempo, porque tem que ganhar dinheiro, porque são preocupados demais e não se jogam nos braços de Deus. Não vamos exigir que os homens levem essa carga pesadíssima de ser responsável por tudo dentro de uma família, porque eles não são Deus.
Vamos então para os 45 anos de casados. Nossa caminhada, nossa mentalidade vem sendo transformada do mundo para Deus. Já sabemos que casamos para melhor servir à Igreja, para melhor servir a Deus. Entramos na caminhada de confiança no Espírito, onde os dois têm que aprender - ou então vão sofrer a vida inteira - do Espírito e da Graça, que não são capazes de nada, mas devem confiar absolutamente em Deus. Chegamos ao momento em que os filhos estão crescidos e aguardamos a chegada dos netos. E nesse momento os dois estão novamente sozinhos. Voltam a onde começaram. Porém, começaram na carne, o Espírito Santo os transforma e os faz olhar para Ele. O Espírito Santo tira a confiança de si mesmos e a coloca em Deus. E a confiança em Deus deve fazê-los alegres, felizes, em paz, mesmo no meio das dificuldades.
Estão devolvendo a Deus o que Deus lhes deu. Deus está querendo dizer para eles: "Vocês são meus, os filhos de voês não lhes pertencem; vocês são servos, casaram para me servir melhor; os filhos de vocês, que antes eram pequenos e vocês os colocavam no colo, hoje estão na casa deles e vocês voltam a estar sozinhos comigo". Essa terceira idade no matrimônio é uma das coisas mais belas que existem, quando é iluminada pelo Espírito de Deus. Os dois não ficam: "Ai minhas costas, ai minha artrite, minha artrose, meu coração...!". Porque essas pessoas vão perceber que o Senhor tomou para si aquilo que sempre foi dele, os netos são dele, o passado é dele. E quando vivemos essa época na carne, queremos puxar o passado, puxar o filho, a saúde que tínhamos há 40 anos, queremos que os filhos fiquem dependentes e não percebemos que o Espírito Santo nos está preparando para voltar para Deus. Agora, amadurecidos, os dois podem voltar a olhar para Deus. Certos de que nunca o que tiveram, ou quem tiveram, pertenceu a eles, porque viveram no Espírito. E agora os dois sabem que o sentido da sua vida é completar o que começaram: eu ajudo a ir para Deus. Sem murmuração, no louvor e na paz. Começaram dando a vida e agora acabaram dando um ao outro, pelo poder de Deus, a vida eterna. É esse o grande sentido do matrimônio, transformado pelo Espírito.
A tua família não foi feita para a desarmonia, o medo, o perigo, o desconforto, o desamor, o ódio, a preguiça, o egoismo, a avareza, a ganância, o fechamento, o orgulho, a vaidade, a competição. Você não foi criado para essas coisas. Cada membro da sua família foi criado para o amor, para a felicidade, para a paz, para a harmonia, para cada um viver o seu papel, para Deus.
O matrimônio entre pessoas cristãs deve acontecer com uma profunda convicção de que é uma escolha de Deus. O casal deve estar convicto de que Deus os escolheu para o matrimônio e de que, casados, viverão segundo a vontade de Deus. E, porque é uma vocação dada por Deus, é dessa forma que melhor o servirão. Casam-se também para fazer o outro feliz - e isso não é possível pelas próprias forças, mas somente com os olhos fitos em Deus. A mentalidade do mundo acerca do casamento é que um casa para que o outro o faça feliz, e se não der certo separa. Ultrapassar o abismo entre a mentalidade do mundo e a mentalidade do Espírito é uma tarefa humanamente impossível. Essa enorme caminhada se dá pelo poder do Espírito Santo.
Assim como existe um abismo enorme entre a mentalidade do mundo e a mentalidade de Deus, assim como é o Espírito Santo que constrói a caminhada do mundo para a caminhada em Deus, assim também existe uma distância difícil do primeiro ano de casamento ao vigésimo sétimo ano. E sabe em que o demônio ataca? No egoísmo, na centralização em si mesmo, no desejo de se satisfazer, no fechamento. E o Espírito Santo trabalha no casal e centraliza-o em Deus. A família exige, os filhos nascem e ficam doentes, até os dez anos, praticamente toda semana: gripe, dor de cabeça, dor nas pernas... São difíceis os primeiros anos dos filhos.
E nós pensamos: "Quando vier a adolescência tudo vai melhorar". Ledo engano! A saia da menina começa a subir, eles começam a querer ir para as festas, a querer curtir aquele rock pesado, e por aí vai. Então imaginamos: "Quando se formarem tudo ficará bem". E aí vem a loucura do primeiro emprego e a gente nunca acaba.
Qual é o grande perigo entre o primeiro ano de casamento e o 27º? É que a nossa tendência humana é olhar um para o outro, olhar para os filhos, para a preocupação com o dinheiro: "O que eu (meu cônjuge e filhos) hei (havemos) de comer e de vestir? Como está a saúde de meu cônjuge e dos meus filhos?" E isso às vezes nos rouba do principal: Deus. Falta-nos o entendimento de que não somos capazes de dar de comer aos nossos filhos, não somos capazes de garantir a sua felicidade, não somos capazes de garantir que nosso filho amanhã não se envolva com drogas, não podemos garantir que nossa filha amanhã não engravide solteira, não somos capazes de garantir que nosso filho terá a melhor esposa do mundo, não podemos garantir que nosso filho será um sacerdote. Não somos capazes de nada. Isso nós precisamos aprender. Nós colaboramos, fazemos a nossa parte. Mas a grande tentação é de colocar os filhos no centro; muitas vezes acontece uma separação entre os côjuges porque começam a discordar, porque o centro deixou de ser Deus e passou a ser o que vamos comer, o que vamos vestir, onde vamos dormir, como vamos educar, o que vai ser dos nossos filhos.
Chega, então, o momento de pedir a Deus a grande graça da confiança. Não é fácil confiar em Deus porque isto não vem da carne, mas do Espírito. E se estamos centralizados na nossa vidinha, nos nossos filhinhos, nos nossos probleminhas, não estamos confiando em Deus porque se cremos que Deus é nosso Pai e cuida de nós, sabemos que temos mais valor que os pássaros do céu, do que os peixes do mar e do que os lírios do campo e que o nosso Pai vai cuidar de nós.
Existe tanto desespero no mundo hoje por causa de dinheiro, isso por não sabermos que temos um Pai que pode cuidar de nós. Para o homem, simplesmente com a força humana, é impossível que entenda e confie completamente em Deus. É preciso o auxílio do Espírito Santo de Deus. Até que ponto estamos vivendo no Espírito, deixando de nos preocupar com coisinhas pequenas que vão gastando a nossa vida?
Sabem porque tem mais mulher na Igreja do que homem? Porque a sociedade disse ao homem que ele é responsável. É responsável pela mulher, pelos filhos, pela comida, pela roupa, pelos estudos, pelo trabalho... como esse homem vai confiar em Deus se disseram a ele que ele era deus? Então não vão à Igreja porque não têm tempo, porque tem que ganhar dinheiro, porque são preocupados demais e não se jogam nos braços de Deus. Não vamos exigir que os homens levem essa carga pesadíssima de ser responsável por tudo dentro de uma família, porque eles não são Deus.
Vamos então para os 45 anos de casados. Nossa caminhada, nossa mentalidade vem sendo transformada do mundo para Deus. Já sabemos que casamos para melhor servir à Igreja, para melhor servir a Deus. Entramos na caminhada de confiança no Espírito, onde os dois têm que aprender - ou então vão sofrer a vida inteira - do Espírito e da Graça, que não são capazes de nada, mas devem confiar absolutamente em Deus. Chegamos ao momento em que os filhos estão crescidos e aguardamos a chegada dos netos. E nesse momento os dois estão novamente sozinhos. Voltam a onde começaram. Porém, começaram na carne, o Espírito Santo os transforma e os faz olhar para Ele. O Espírito Santo tira a confiança de si mesmos e a coloca em Deus. E a confiança em Deus deve fazê-los alegres, felizes, em paz, mesmo no meio das dificuldades.
Estão devolvendo a Deus o que Deus lhes deu. Deus está querendo dizer para eles: "Vocês são meus, os filhos de voês não lhes pertencem; vocês são servos, casaram para me servir melhor; os filhos de vocês, que antes eram pequenos e vocês os colocavam no colo, hoje estão na casa deles e vocês voltam a estar sozinhos comigo". Essa terceira idade no matrimônio é uma das coisas mais belas que existem, quando é iluminada pelo Espírito de Deus. Os dois não ficam: "Ai minhas costas, ai minha artrite, minha artrose, meu coração...!". Porque essas pessoas vão perceber que o Senhor tomou para si aquilo que sempre foi dele, os netos são dele, o passado é dele. E quando vivemos essa época na carne, queremos puxar o passado, puxar o filho, a saúde que tínhamos há 40 anos, queremos que os filhos fiquem dependentes e não percebemos que o Espírito Santo nos está preparando para voltar para Deus. Agora, amadurecidos, os dois podem voltar a olhar para Deus. Certos de que nunca o que tiveram, ou quem tiveram, pertenceu a eles, porque viveram no Espírito. E agora os dois sabem que o sentido da sua vida é completar o que começaram: eu ajudo a ir para Deus. Sem murmuração, no louvor e na paz. Começaram dando a vida e agora acabaram dando um ao outro, pelo poder de Deus, a vida eterna. É esse o grande sentido do matrimônio, transformado pelo Espírito.
Texto retirado da Revista Maná, relativo a palestra no VI Congresso da Família
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